ABSTRACT
Este trabalho analisa algumas estratégias criadas e largamente utilizadas pela sociedade mato-grossense, especialmente parcelas das elites, para enfrentar os impactos sociais causados pela lepra (e pelos leprosos) nesta parte mais central da América do Sul, no período entre 1816 e 1941, tendo como eixo norteador da investigação as origens, a trajetória de abandono por muitos governantes da província e do estado de Mato Grosso (a partir do segundo, bem como a reforma, ampliação e reinauguração, em que veio a se concretizar na década de 1960
Subject(s)
Leprosy/history , Patient IsolationABSTRACT
Analisa representaçöes e práticas sociais acerca da lepra, em especial no que concerne às estratégias políticas de segregaçäo social e de isolamento hospitalar das pessoas acometidas pela moléstia no decorrer do período 1924-1941. Sua preocupaçäo central é discutir, com base em documentos oficiais, o modo pelo qual a sociedade mato-grossense se mobilizou para enfrentar a problemática da doença, focalizando especialmente as açöes das elites. Também busca identificar as condiçöes sócio-políticas e médico-sanitárias em que a lepra passa a ser encarada como um problema de ordem institucional em Mato Grosso, de responsabilidade do poder público, e, em que medida a doença foi de fato tratada como uma questäo de Saúde Pública no Estado. Procura demonstrar que o medo, a rejeiçäo, o preconceito e o estigma milenar em relaçäo à doença (e aos infelizes acometidos por ela) eram representaçöes que faziam parte de um imaginário cujas raízes remontam aos tempos bíblicos, mas que ainda persistia, com poucas alteraçöes, entre a maioria dos mato-grossenses que viveram no período aqui analisado.(AU)